Química ou de trabalho do casal?
Em uma situação de sintonia existe uma troca harmônica entre duas pessoas, seja no sentir, no pensar, nas atitudes diante da vida, na relação, na sexualidade... Para a sintonia acontecer não é necessário que as pessoas sejam “iguais”, isso é impossível. Reconhecer a diferença do outro é fundamental para que exista a reciprocidade entre o casal.
A manutenção desta “via de mão dupla” promovida pela reciprocidade depende da disposição do casal. É sempre bom lembrar que o sexo com amor sempre tem um prazer a mais. Por se falar em amor, muito se discute sobre a duração desse sentimento. Se o amor não for cultivado e cuidado no dia a dia, em um momento ele pode acabar. O mesmo acontece na vida sexual.
É importante na relação falar um ao outro sobre aquilo que gosta, aquilo que sente, aquilo que mais dá prazer. Quanto mais a relação for duradoura, mais a tendência de o casal cair na armadilha de achar que sabe tudo do outro, ou que o outro sabe tudo sobre si. Ledo engano que gera uma série de desentendimentos entre os parceiros. Quantos casais ao longo dos anos deixam de expressar o afeto e caem em uma rotina sufocante?
Para a manutenção da relação é sempre bem-vindo o contínuo resgate da expressão afetiva, do (re)despertar do sentimento de ter prazer ao lado de quem se ama. Isso tudo favorecerá a “química”, aquele algo mais na relação, que influenciará positivamente a vida afetiva e sexual do casal.
Ela quer fazer o papel de homem. Deixo?
Namoramos há dois anos. Temos uma relação aberta, sem preconceitos e gostamos de realizar nossas fantasias. Mas agora ela quer inverter as posições, até comprou uma sinta e um consolo e quer fazer o papel do homem. Isto é normal?
- Resposta: Nessa situação sugiro você notar o que desperta em você a ideia de realizar essa fantasia, seja em termos de sensações, seja em termos de ideias e valores. A permissão, ou não, para experimentar essa fantasia da sua namorada é algo que cabe a você. Entrar no mérito se isso é normal, ou anormal, é o menos importante neste momento. Quem vai determinar a “normalidade” é você junto com a sua namorada.
Perceba em você se existe a curiosidade, ou mesmo se você sente-se à vontade com a ideia de realizar essa fantasia. Mesmo que exista o desejo, como essa experiência é algo novo para você e sua namorada, pode surgir algum embaraço, ou mesmo a sensação de estranhamento. Mas nesta situação o prazer também pode surgir. Isso vai depender de como você respeita seus limites e até que ponto você se sente disponível para ir além deles. Caso você se sinta forçado e desconfortável para a realização dessa fantasia, é melhor partir para uma outra alternativa que esteja dentro dos seus limites e dos limites da sua namorada.
Existe uma infinidade de possibilidades de curtir a relação a dois e obter prazer sexual. Criativamente e com responsabilidade permitam-se vivenciar aquilo que esteja de acordo com o desejo e consentimento de cada um. É sempre bom lembrar que a forma de dar e receber afeto, ou mesmo a forma de sentir prazer, varia de pessoa para pessoa.
Meu marido adora sexo em grupo e eu não. Como encarar isso sem causar descontentamento para nós dois?
- Resposta: Na sua pergunta você deixa explícito o seu posicionamento diante do sexo grupal. Em primeiro lugar, respeite seus limites. Noto na sua pergunta que não existe curiosidade ou disponibilidade para essa vivência. Submeter-se a uma situação apenas para agradar ao parceiro, talvez gere mais sofrimento e insatisfação a você – e a ambos – do que não submeter-se. Depois de checar a sua disponibilidade, converse com seu parceiro sobre isso.
Uma relação pressupõe reciprocidade, o dar e receber o afeto, respeitar e ser respeitado. Em conjunto vocês poderão encontrar alternativas para a vivência do prazer. Nem sempre as fantasias de um serão viáveis para outro, e isso precisa ser respeitado. Porém, a expressão do desejo de realizar algumas fantasias abre espaço para que o casal use a criatividade e encontre alternativas.
Na atualidade, muitas pessoas sentem que devem estar prontas para submeterem-se às mais diversas experiências sexuais. Felizmente vivemos em um momento em que existem várias possibilidades de vivência sexual. Cabe a cada um, dentro dos seus limites e possibilidades, experimentar ou não certas vivências. Tudo no seu devido tempo e vivido com responsabilidade e prazer.
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